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Câncer de pênis: Brasil tem 22,2 mil internações em 10 anos; veja como evitar doença

Levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia aponta que 585 amputações foram realizadas por ano; tumor causou 4.500 mil mortes no período

03/02/2025 às 22h19
Por: Redação RepercutePB
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Câncer de pênis: Brasil tem 22,2 mil internações em 10 anos; veja como evitar doença

Considerado um tipo de tumor raro, o câncer de pênis levou a 22,2 mil internações em dez anos e uma média de 585 amputações do órgão por ano, segundo um levantamento exclusivo da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com base em dados do Ministério da Saúde. A doença é um desafio em saúde pública, pois continua impactando a vida de pessoas com pênis e causando mortes, embora possa ser evitada com ações simples: higienização do órgão genital, cirurgia de fimose e vacinação contra o HPV, cujas doses são oferecidas gratuitamente para meninos de 9 a 14 anos e outros grupos prioritários.

De acordo com os dados, entre 2014 e 2023, a doença causou 4.500 mortes. “Apesar de ser um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, o Brasil ainda apresenta preocupantes índices relativos ao câncer de pênis, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Nosso maior objetivo com essa campanha é informar os homens que é possível prevenir e, caso ele surja, que seja diagnosticado e tratado de forma precoce, evitando a amputação do órgão”, afirmou, em nota, Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.

Os sinais de câncer de pênis podem ser identificados com a observação de alterações na região, como mudanças na cor e na textura da pele, aparecimento de nódulos na virilha e feridas com sangramento, além de secreção com odor desagradável.


Cirurgia de fimose

O excesso de pele que recobre a glande (cabeça do pênis), conhecida como fimose, tem forte relação com o surgimento das lesões. Isso porque essa pele dificulta a exposição da glande, o que é essencial para a correta higienização da região. O acúmulo de secreção, o esmegma, abre portas para o tumor.

“Ela pode ocultar uma lesão em fase inicial que poderia ser tratada de forma menos agressiva e mutilante, além de prevenir uma possível disseminação da doença em forma de metástase”, diz José Calixto, membro da Disciplina de Câncer de Pênis da SBU.
Ele é um dos organizadores do mutirão de postectomias, a popular cirurgia de fimose, que será realizado pela sociedade médica em vários estados no dia 14 deste mês. A meta é de fazer 100 procedimentos. “O estímulo à realização de postectomias tem como objetivo educar os homens sobre a importância de uma higiene adequada do pênis, reduzir as chances de perda do órgão e possibilitar o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas ou até já malignas”, explica Calixto.

Fatores de risco para o câncer de pênis

Os casos da doença costumam afetar a população com mais de 50 anos, mas jovens não estão livres. Além de problemas na higienização do pênis e da fimose, vulnerabilidade socioeconômica, infecção pelo papilomavírus humano — o HPV — e tabagismo estão entre os fatores de risco.

“Esses dados reforçam a necessidade de orientação médica e de políticas públicas que facilitem o diagnóstico e o tratamento precoce dessas condições.Essas medidas não apenas contribuem para a qualidade de vida dos pacientes, mas também evitam a necessidade de amputação do pênis e reduzem o risco de morte pela doença”, afirma Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia da entidade.
Amputação do pênis e vida sexual

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Como qualquer câncer, é fundamental que a detecção do tumor no pênis ocorra de forma precoce. O tratamento envolve cirurgia para retirada da lesão, radioterapia e quimioterapia.

Uma das consequências do diagnóstico tardio desse tumor é a necessidade de amputação de parte do pênis ou de todo o órgão. Segundo o levantamento, com base no Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, foram mais de 5.800 procedimentos dessa natureza em uma década, totalizando uma média de 585 pênis amputados por ano.

“O tratamento cirúrgico (penectomia), que se constitui em retirada do pênis, pode ser feito parcialmente, para casos iniciais, ou uma retirada completa do órgão, em casos avançados. Na remoção parcial, o paciente permanece com um coto peniano possibilitando urinar em pé e, dependendo do tamanho do coto, atividade sexual. Nos casos de remoção completa do pênis, a uretra é colocada na região de períneo (entre o escroto e o ânus), e o paciente precisa sentar-se para urinar. A atividade sexual com penetração já fica impossibilitada”, explica Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU.


Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia

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