Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que foi o primeiro judeu e também o parlamentar mais jovem a presidir o Senado, entre 2019 e 2021, volta ao comando da Casa numa eleição praticamente sem concorrentes. Em sua primeira passagem pelo posto, no primeiro mandato como senador, conseguiu ampla base de apoio, deixando para trás o veterano Renan Calheiros (MDB-AL), que retirou a candidatura antes da votação.
Com a volta de Alcolumbre à presidência do Senado, analistas apontam que a condução da Casa não deve apresentar grandes mudanças em relação ao mandato de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"As negociações com o Poder Executivo devem continuar a ser movidas a verbas e nomeações de correligionários", avalia Ricardo Rodil, analista político e econômico. Ele também destaca que é "extremamente duvidoso" que, sob a gestão de Alcolumbre, haja abertura para aceitar pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como defende a bancada bolsonarista.
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Rodil ressalta que Alcolumbre enfrenta críticas de colegas no Senado, que o classificam como excessivamente alinhado ao governo atual. "Resta saber se a deterioração das avaliações do governo levaria o senador a tomar uma certa distância, para não naufragar junto", pondera o analista.
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Em sua primeira passagem pela presidência do Senado, Alcolumbre se destacou por buscar diálogo em um Congresso marcado por uma alta taxa de renovação parlamentar. Sob sua liderança, a Comissão Diretora do Senado foi composta por 11 partidos diferentes – algo inédito na história recente da Casa – e tinha representantes de todas as regiões do Brasil. Além disso, grande parte das siglas foram contempladas no comando das 13 comissões permanentes do Senado.
Alcolumbre esteve à frente do Senado quando do início da pandemia de coronavírus. Em março de 2020, o Senado realizou a primeira sessão remota de um parlamento no mundo. O sistema usado para o debate à distância foi desenvolvido por servidores da Casa e garantiu a continuidade das atividades legislativas.
Fora do comando da Casa, Alcolumbre assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) entre 2023 e 2024. O colegiado, um dos mais importantes do Congresso, é responsável por analisar a constitucionalidade de todas as propostas legislativas e avalia a escolha de autoridades para tribunais superiores, conselhos federais de Justiça e Ministério Público.
Histórico na política
A família Alcolumbre tem outros membros em cargos públicos. São primos de Davi o ex-deputado estadual Isaac Alcolumbre, que chegou a ser preso em operação contra tráfico de drogas, o ex-vereador de Macapá Moisés Alcolumbre e o ex-suplente de senador Salomão Alcolumbre Junior.
Seu suplente no Senado é o próprio irmão, Josiel Alcolumbre. Um tio do senador, Alberto Alcolumbre, virou nome do aeroporto de Macapá em um projeto de lei proposto por Davi.
A trajetória política de Davi Alcolumbre começou em 2000, com a eleição para vereador de Macapá, aos 24 anos. Ao final do mandato na Câmara Municipal, elegeu-se deputado federal por três mandatos consecutivos, antes de ser eleito e reeleito ao Senado.
Seu primeiro partido foi o PDT, mas migrou em 2006 para o PFL, que se transformou no DEM e, em 2022, filiou-se ao União Brasil. Em disputas para o Poder Executivo, Alcolumbre não teve sucesso: foi candidato a prefeito de Macapá, em 2012, e ao governo do Amapá, em 2018, mas perdeu as duas eleições.
Nascido em 19 de junho de 1977, Davi é casado com Liana Andrade e pai de dois filhos, Davi e Matheus.
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