A recente prisão de um general de alta patente no Brasil, algo inédito em nossa história, abriu um espaço para profundas reflexões. Para quem viveu a luta pela redemocratização, como eu, esse momento é impactante e surpreendente. É impossível não questionar: que Brasil é este? Que era estamos vivendo? Aos 75 anos, pensei já ter visto de tudo, mas aqui estamos, testemunhando algo que nunca imaginamos.
O silêncio de partidos políticos que antes eram tão enfáticos em suas defesas, como o PL, é igualmente intrigante. O Partido Liberal, que até recentemente liderava discursos veementes sobre patriotismo e liberdade, agora parece optar por uma posição discreta, ou mesmo indiferente, diante desse acontecimento histórico. Onde estão os defensores que outrora enchiam as ruas e as redes sociais? Por que não se manifestam com a mesma intensidade? Esse silêncio, para muitos, é ensurdecedor.
Será que estamos presenciando um momento de realinhamento político, em que até os aliados preferem resguardar suas posições? Ou seria uma demonstração de que os interesses e as prioridades mudaram?
Independentemente das razões, o que fica evidente é que nossa democracia está sendo testada em um grau que exige vigilância e participação ativa de todos. A prisão de um general não é apenas um ato isolado; é um reflexo de um contexto político conturbado que demanda análise, debate e ação. Que este episódio sirva não apenas como um marco histórico, mas também como um alerta para que os valores democráticos sejam protegidos com firmeza e clareza, por partidos, líderes e cidadãos.
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